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Camargo Correa: da Ascenção à Queda

Arrogância? Ambição? Certeza de Impunidade?


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Hoje escrevo este texto com profunda tristeza.

Bem, isto tudo cobra um preço muito caro e pode Destruir Gigantes (E a Nossa Confiança).

Imagine uma empresa que começou do zero, cresceu tanto que construiu pedaços importantes do nosso país – de Brasília a grandes hidrelétricas. Uma gigante que gerava milhares de empregos e movimentava bilhões. Essa era a Camargo Corrêa. Mas, em vez de continuar no topo, ela quase desapareceu.

Tá certo que empreender no Brasil não é nada fácil: altíssima e nociva carga tributária, absurdos direitos trabalhistas e justiça fora da lei. Mas o que aconteceu?

Uma mistura explosiva de má gestão, escolhas erradas e, principalmente, corrupção.

Para entender a dimensão dessa história, vamos relembrar um pouco da trajetória impressionante que a Camargo Corrêa construiu:

  • Fundação Simples (1939): Começou como uma construtora de estradas no interior de São Paulo, com um investimento modesto.

  • Construindo o Brasil (Anos 60/70): Ganhou fama erguendo obras icônicas como Brasília, a Ponte Rio-Niterói e grandes hidrelétricas (Itaipu, Tucuruí).

  • Expansão e Diversificação: Não parou por aí! Cresceu para setores como cimento, energia, fiação tecelagem e tinturaria (Cia. Jauense Industrial), vestuário (tinha a Alpargatas!), e se tornou global, com projetos em vários países e aquisições gigantescas.

  • O Auge (2013): Faturou quase R$ 20 bilhões em um ano e empregava 65 mil pessoas, presente em 20 estados brasileiros e 22 países.

Essa era a potência. Mas, em vez de manter esse legado com base na ética e na excelência; a busca por mais e mais dinheiro, a qualquer custo, fez com que essa grande empresa perdesse o rumo. A ética, a moral e até os princípios mais básicos de justiça foram deixados de lado. A soberba de achar que estavam acima da lei e a arrogância de pensar que poderiam se manter usando atalhos, em vez de competência, foram um veneno letal.

O que aprendemos com a queda desse gigante?

  • A Corrupção Paga Um Preço Caro: Operações como a Lava Jato, que expuseram esses esquemas, deveriam ser a regra, não a exceção. Elas precisam acontecer em todas as prefeituras, governos estaduais e em todos os cantos do poder federal. É um saneamento necessário!

  • Gestão Ruim Leva ao Fundo do Poço: Não é só a corrupção. Quando as decisões são tomadas por pessoas sem preparo ou com interesses errados, o resultado é desastroso. A empresa acumula dívidas, projetos dão errado e a confiança, tanto interna quanto externa, é destruída.

  • A Perda de Valores Custa Muito Mais: O dinheiro pode ser recuperado, mas a reputação e o valor moral demoram décadas, talvez nunca, para serem reconstruídos. Quando a ética é esquecida, a sustentabilidade da empresa – ou de qualquer instituição – fica comprometida.

  • Ninguém Está Acima da Lei: A história mostra que, cedo ou tarde, a conta chega. A estabilidade só existe quando há integridade.

A Camargo Corrêa é um lembrete doloroso de que o sucesso verdadeiro não se constrói apenas com tijolos e dinheiro, mas com integridade, competência e respeito às regras. Quando esses valores são perdidos, a queda é inevitável e o impacto atinge a todos, desde os funcionários que perdem seus empregos até a sociedade que confiava naquelas instituições.

Pensando em tudo isso:

1) O que estamos fazendo hoje, em nossos próprios ambientes, que pode estar plantando a semente da própria destruição?

2) E o que faremos de diferente, a partir de agora, para garantir que a ética e a competência vençam a arrogância e a corrupção?

. CVM (Comissão de Valores Mobiliários)

. Livro: Público e Privado / Diferenças e Similaridades - Um estudo sobre Gestão Cultura e Desempenho. https://loja.uiclap.com/titulo/ua102153/

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